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Segurança e falta de professores na Chapéu do Sol em debate na CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu na terça-feira (10/7), a falta de professores da Escola Municipal Chapéu do Sol, localizada na zona sul da cidade. Na reunião, que contou com a participação de representantes da escola, Conselho Tutelar, Associação dos Professores do Município de Porto Alegre (Atempa), Guarda Municipal (GM) e pais de alunos, foram expostas diversas situações referentes a falta de docentes, segurança e alimentação para os alunos de turno integral.

Na ocasião, o diretor da escola, Fabrício Carvalho, denunciou a falta de professores de matemática, geografia e história. “Sendo que a disciplina de matemática está descoberta desde o início de 2017”, disse ele comunicando ainda que, ao levar a situação para a Secretaria Municipal de Educação (Smed), recebeu como resposta que fosse feito um remanejamento de outras matérias para cobrir esta disciplina. “É um verdadeiro absurdo achar que isso resolveria”. Carvalho lamentou também que a escola não conte com efetivo da Guarda Municipal. “O que gera uma insegurança muito grande para os pais e os alunos”.

Sucateamento

Já para a coordenadora-geral da Atempa, Cíntia Maia, existe um verdadeiro desmonte na área de recursos humanos por parte do atual governo municipal. “Hoje temos um total sucateamento em relação aos funcionários públicos e as nossas escolas demonstram bem o que vem acontecendo”, considerou Cíntia. Ela informou ainda que, segundo o Portal Transparência do Município, faltam 602 professores nas escolas de Porto Alegre. 

Willian Lima, que aguarda chamado após passar no concurso realizado em 2015 para a Guarda Municipal de Porto Alegre, informou que foram feitas várias tentativas de agendamento de uma reunião com a atual gestão no sentido de saber qual a previsão de chamada dos concursados. “Somos 209 e aguardamos ansiosos pela convocação”. Segundo Lima, atualmente a Guarda conta com 446 funcionários com média de idade de 51 anos. “O que significa que em dois anos vai reduzir pela metade em função das aposentadorias”. 

Rafael Barros, Conselheiro Tutelar do eixo Restinga/Extremo Sul ressaltou que a escola Chapéu do Sol está instalada dentro de uma área de conflito de alta periculosidade, onde habitam em torno de 250 mil pessoas. “Aqui temos o maior índice de abuso sexual registrado no Estado”, enfatizou. Lamentou também a falta de professores no colégio. “Em função disto as crianças são liberadas e ficam pelas ruas”.

No final do encontro o presidente da CCJ, vereador Dr. Thiago Duarte (DEM), deliberou juntamente com os presentes a realização de uma nova reunião no início de agosto, convocando novamente o governo municipal que não se fez presente alegando compromissos anteriormente assumidos, conforme ofício encaminhado à Comissão, e a realização de uma audiência pública para tratar novamente sobre o tema.

Texto: Regina Andrade (reg. prof. 8.423)

Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

(Foto: Tonico Alvares/CMPA)