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Projeto propõe o tombamento do Bará

O Mercado Público não é um espaço restrito ao comércio, ele tem também grande relevância para as religiões de Matriz Africana. Essa importância se explica pelo fato de que no centro do edifício do Mercado, está assentado o Orixá Bará, que, dentro do panteão africano, é entidade que abre os caminhos, o guardião das casas e cidades e representa o trabalho e a fartura.

                Ao longo dos anos, o local era respeitado por todos os porto-alegrenses, independente do credo. Todavia, nos últimos anos, a prefeitura, na gestão de Nelson Marchezan Júnior, deverá lançar um edital de concessão do Mercado para a iniciativa privada, prevendo obras, reformas e restaurações, não dando garantia alguma de que o Bará será preservado, o que se enquadraria na violação dos direitos fundamentais.

                Buscando preservar o Bará, a historicidade e o direito de livre culto aos porto-alegrenses, a Associação Independente em Defesa das Religiões Afro Brasileiras encaminhou ao vereador Adeli Sell, um projeto de Lei que tombe, como patrimônio histórico do Município de Porto Alegre, o Bará do Mercado Público. Prontamente o vereador atendeu, por compreender que a concessão é uma ameaça ao patrimônio da cidade, uma agressão cultural e o Bará é uma referência para as Matrizes Africanas que devem ser respeitadas.