A primeira reunião de 2019 da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, marcou também o início dos trabalhos do vereador Adeli Sell como o presidente da Frente.
O encontro nesta terça (19/2), foi realizado na sede do Sindilojas e contou com a presença de representantes de diversas entidades e pessoas ligadas ao setor da leitura, bibliotecas, organizações não governamentais e comunicação.
Os principais temas debatidos foram a possibilidade de retirada da Biblioteca Comunitária do Arquipélago, localizada na Ilha Grande dos Marinheiros, em função da construção da nova ponte do Guaíba, o fechamento da Usina do Papel de Porto Alegre, além da discussão de parcerias entre o Sindilojas e as entidades e associações do setor da leitura.
Aproximadamente 15 moradores da Ilha, entre eles muitas crianças estiveram na reunião da Frente, relatando a importância que a biblioteca para a comunidade e pedindo apoio para que o processo de negociação fosse mais transparente.
Segundo a conselheira da ONG Cirandar, Márcia Cavalcante, no processo de negociação para as desapropriações das famílias, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ofereceu três opções para os moradores: a compra assistida, na qual o departamento adquire um imóvel para a família; uma indenização ou a construção de uma nova residência, em outro ponto da ilha. “No entanto, esta última opção não se confirmou, assim, a estrutura da associação dos moradores e a biblioteca ficam ameaçadas. Em função dos atrasos de repasse de recursos, a empreiteira, em determinado momento, disse não ter dinheiro nem tempo hábil para construir o reassentamento. Desta forma, todas as famílias serão obrigadas a fazer a compra assistida e não há mais a possibilidade de ficar na ilha. As pessoas estão sendo forçadas a saírem de lá”, afirma. Nos últimos dois anos O Cirandar está acompanhando e debatendo em reuniões, junto à Rede Integrada de Proteção à Criança e ao Adolescente do Arquipélago (RIPCAA) e Ministério Público.
Outra pauta da reunião foi o fechamento da Usina do Papel de Porto Alegre, projeto que funcionava de forma permanente no município, sendo pioneiro em pensar, pesquisar, criar e produzir papel artesanal e promover cursos de formação em reciclagem artesanal, oferecidos a professores, artesãos, artistas, publicitários, gráficos e interessados. “A usina foi fechada pela Secretaria Municipal de Educação, pois o prefeito pediu que as duas professoras que tocavam o projeto voltassem às atividades na prefeitura. Queremos que ele continue e não podemos mais admitir os desmontes de bibliotecas e projetos sociais, de cultura e leitura em nossa cidade”, destaca o vereador Adeli Sell.
Finalizando a reunião, a Câmara Rio-Grandense do Livro e a Associação Gaúcha de Escritores apresentaram as perspectivas de trabalho para o ano, comentando sobre a próxima edição da Feira do Livro e as dificuldades com relação ao programa Adote um Escritor, teve recursos cortados e regras alteradas, prejudicando escritores, escolas e leitores.
Como encaminhamento da reunião, o presidente da Frente, vereador Adeli Sell, afirmou que pedirá uma Tribuna Popular na Câmara para que as representações da Associação de Moradores da Ilha e o Cirandar possam apresentar aos 36 vereadores as preocupações. Da mesma forma, Adeli pedirá para que uma reunião especial sobre o tema ocorra na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação da Câmara. Com relação ao fechamento da Usina do Papel, um ofício será remetido ao prefeito solicitando mais informações sobre o tema, demandando que o projeto não seja encerrado.