Está difícil de respirar em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul nos últimos dias. Depois das chuvas e tempestades de 2023 e 2024, as consequências estão presentes no cotidiano. E agravaram-se muito com a seca na Amazônia, os incêndios no Pantanal, em São Paulo, Brasília e também na Amazônia. E agora estendem-se para a Europa, EUA, outros países e continentes.
É perigoso sair na rua em Porto Alegre. Os dias estão esfumaçados, quase não há sol, o ar anda irrespirável, deixando as pessoas, especialmente crianças e idosos, com problemas respiratórios, gripe e tosse. Postos de saúde, UPAS, UBS estão superlotados, hospitais têm que recusar atendimentos por falta de leitos. Como sobreviver? Como garantir o futuro?
Que tempos! Mais que oportuno, necessária, urgente, portanto, a iniciativa do governo federal com o lançamento e debate do PLANO CLIMA PARTICIPATIVO. Com a pergunta: “COMO O BRASIL PODE ENFRENTAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E REDUZIR SEUS IMPACTOS?”
Diz o caderno distribuído na Plenária Plano Clima Participativo do Bioma Pampa, acontecida estes dias, com grande presença de movimentos sociais e populares, movimentos ecológicos, no auditório da FACED, Faculdade de Educação, da UFRGS: “O Plano Clima terá dois pilares principais. O primeiro é voltado à mitigação, ou seja, à redução das emissões de gases de efeito estufa, cuja alta concentração na atmosfera provoca o aquecimento global. O segundo trata da adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.
A construção do Plano Clima tem ampla participação da sociedade, em espaços presenciais e digitais, com o Plano Clima Participativo. O objetivo é garantir que todas as vozes sejam ouvidas. Convidamos todas as cidadãs e cidadãos a participarem desse processo, trazendo suas experiências, conhecimentos e preocupações para enfrentar ou reduzir os impactos da mudança do clima. Sua participação é fundamental para construir um futuro mais sustentável e justo” (Contatos, informações em: gov.br/planoclima).
Hora de mobilização total, como na sexta 20 de setembro, com a mobilização mundial em torno da GREVE GLOBAL PELO CLIMA. Diz a chamada para o Ato em Porto Alegre, ao lado da Usina do Gasômetro, às 15h, beira do rio Guaíba: “Trata-se da defesa de nosso povo, de nossos biomas e cidades, especialmente aqueles mais vulnerabilizados. Nossa Mobilização Popular por Justiça Climática defende: DECRETAÇÃO DE EMERGÊNCIA CLIMÁTICA, JÁ!!! Com recuperação de nossos rios e florestas, Reforma Agrária Popular, redução da jornada de trabalho, investimento em energias limpas, sob controle do povo, punição aos responsáveis por queimadas criminosas, demarcação de territórios indígenas e qu9lmombolas, medidas de adaptação às alterações climáticas, cidades resilientes, inclusivas e sustentáveis, gestão integrada de resíduos sólidos, promoção de alimentos ecológicos a toda população.”
É disso que se trata nesse momento da História, ante sintomas de um mundo doente, agravados pelas guerras e ameaças concretas à paz, por absurda violência cotidiana, por falta ou insuficiência de políticas públicas com participação popular e cuidados com a Casa Comum.
As eleições municipais estão aí. Os negacionistas climáticos continuam espalhando seu descuidado com o meio ambiente e a Casa Comum. O agronegócio ainda não deu resposta consistente ante as queimadas e a destruição da natureza. O voto em 6 de outubro tem que dar resposta a tudo isso, o voto em programas de governo contra o neofascismo e o ultraneoliberalismo, e elegendo prefeitas-os, vereadoras-es preocupados com as mudanças climáticas e a crise civilizatória, e comprometidos com o amanhã e o futuro.
Até 6 de outubro é RUA, RUA, RUA, sem parar, manhã, tarde, noite e madrugada. Ganhar o voto consciente: defender a vida, defender o meio ambiente, defender a Casa Comum.
O voto é sagrado e livre. Mas para ele ser sagrado e livre, sem mentiras, sem Fake News, é preciso mobilização total, é preciso conscientização, de mentes, almas e corações, é preciso ESPERANÇAR.
Selvino Heck - Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990)