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Porto Alegre: os pequenos e graves problemas do nosso dia a dia (Adeli Sell)

Um dos desafios do porto-alegrense é andar pelas ruas da cidade. Se for um morador da Zona Norte que pouco conhece a Zona Sul por exemplo, percebe o quanto é difícil deslocar-se sem informações de locais, de nomes de ruas, sequer do bairro em que se está.          As paradas de ônibus não identificam as linhas que passam por ali e se estão se deslocando para o centro ou para o bairro, para o Norte ou para o Sul. Até mesmo o valor da tarifa fica acanhadamente escondido nos coletivos.

Caminhar pelas calçadas, especialmente no Centro Histórico virou exercício de malabarismo, com tantos obstáculos e buracos nas calçadas. Transitar em dias de chuva é verdadeiro teste de paciência: trânsito congestionado, ruas alagadas. Acessar serviços de saúde pública é um martírio: longas filas de espera para consultas ou realização de exames nem notícia de jornal mais é, afinal, virou rotina.

Descartar lixo não reciclável, como a caliça de uma pequena obra, é outra dificuldade. Não encontramos orientação sobre como proceder. Deixar na calçada o lixo também é arriscado, pois talvez ele não ser recolhido, mas você pode ser multado. As praças e parques, malcuidadas, com bancos, brinquedos quebrados, pouca iluminação. As fachadas de prédios pichadas incessantemente já é parte do panorama urbano.

Procure informações sobre os serviços públicos municipais nos sites oficiais da prefeitura, a tal Transparência, que é uma obrigação legal. Quando se encontra algo, está desatualizado.

Enfim, são pequenas coisas, que no dia a dia passam despercebidas, e que infelizmente aprendemos a conviver, achando comum, “natural”. Mas não deveria ser assim porque a tal de cidadania não pode ficar só na retórica.