ADELI SELL
(...)
Ninguém mais andará às tontas
fugindo da autoridade.
E em vez da calamidade
desta vida de carancho,
cada um terá seu rancho
e plata e carne à vontade!
(...)
De um poema de Juca Ruivo
Dos vereadores da capital, Adeli Sell foi o que menos recebeu recursos do Fundo Eleitoral: 57 mil. Os outros três receberam 77 mil.
Qual a razão? Foram critérios da direção partidária. Dos/as candidatos/as a vereadores/as de Porto Alegre um deles recebeu 207 mil, sendo sua primeira eleição; outros/as receberam respectivamente: 175 mil, 128 mil, 113 mil, 104 mil, 102 mil, 100 mil.
Qual a razão? Os critérios ditados de cima para baixo pela direção partidária. Repito: de cima para baixo, sem direito a recurso. Nosso recurso à instância superior não foi nem apreciado.
No interior de nosso Estado, o descritério foi mais alarmante ainda. Há um candidato sem qualquer viabilidade eleitoral para uma prefeitura recebeu mais recebeu mais recursos do que candidatos em cidades de igual tamanho com viabilidade.
Alguns vão me provocar para eu citar nomes e localidades. Sei do custo disto, mas é simples só entrar no site do TRE.
Outro problema do Fundo Eleitoral são os partidos de nossas alianças a começar pela Federação, onde juntos os 4 candidatos do PCdoB receberam 1.989,00. Ou seja, em torno de 10 vezes cada qual o valor que eu recebi do PT. Uma candidata do PV, partido que compõe a Federação, recebeu 320.000,00.
Na aliança estava a Federação PSOL/Rede. Os principais do PSOL receberam de 270 a 325 mil, enquanto o candidato da Rede, mais de 300.000,00.
A desproporção com nomes e siglas, repito, está tudo no site do TRE.
Que nossos candidatos sejam incentivados por gênero, etnia, por ser jovem está mais do que correto e justo. Mas por que um jovem é incentivado e uma pessoa idosa é castigada? Por que algumas setoriais têm recursos bojudos e outras nada? Mesmo no caso de um setorial, o valor é o mesmo independente do peso que esta pessoa tem no setor. No caso de Porto Alegre sou o militante mais reconhecido na área cultural, porém o valor foi o mesmo de outros, pelo simples fato de constarem nominalmente na mesma. Na setorial sindical aconteceu o pior, pessoas sem militância sindical receberam recursos, enquanto outros são da vanguarda da mesma.
No caso do interior, repetindo, não só houve uma desproporção de valores para a majoritária. Mas um candidato a vereador, seja de que cidade for, tamanho ou eleitorado, receber 250 reais é um escárnio.
Vamos trabalhar para uma rediscussão do Fundo Eleitoral no partido custe o que custar.
ADELI SELL é professor, escritor, bacharel em Direito.