ARTIGOS


A morte de Plínio

Adeli Sell

 

Plínio Zalevski foi meu amigo de militância política.

Era do PT.

Depois, mesmo no MDB, mantinha laços com muitos de nós.

Sempre mantendo uma postura de militância respeitosa. Era um democrata raiz.

Em 2016, estava no centro da campanha do candidato Melo, fazendo ácidas críticas ao prefeito Marchezan.

O MBL que apadrinhou o tucano aqui, resolveu atacar Plínio. Era perseguido na rua, seus meios informacionais foram invadidos e com vídeos no YouTube começou a ser massacrado e ameaçado junto à esposa e filhas.

Plínio não resistiu.

Foi encontrado morto no banheiro do comitê central de campanha. A polícia concluiu pelo suicídio.

Era 17 de outubro de 2016.

Plínio foi massacrado pelos fascistas de plantão, sua vida se foi.

Lembro do seu enterro: gentes de todos os partidos democráticos, pessoas comuns e personalidades.

Como não lembrar do Plínio quatro anos depois?!

Lembro, porque é imperioso continuar o bom combate democrático e a busca da verdade.

É triste, quatro anos após este episódio, ver uma nova campanha com velhos atores realizando atos de mentiras e enganação.

Muitos mudaram.

Mudaram para pior.

É óbvio que não lembram do Plínio e suas atitudes ponderadas, mesmo com posições que pudéssemos não concordar.

Mas a Democracia se faz assim.

Para desgosto dos fascistas e ditadores a Democracia comporta Kamala Harris, Angela Merkel, Geraldo Alckmin.

A minha esquerda entendeu que o mundo comporta cores e tons vibrantes para a vida.

Por isso, como democrata sou obrigado a resgatar a memória do amigo Plínio Zalevski, um democrata.

 

Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito. Vereador do PT.