ARTIGOS


A Guerra Civil de 1893

(Apontamentos da leitura do livro de Sérgio da Costa Franco)

 

Li a 2ª. Ed. Ampliada (2012) do texto de Sérgio da Costa Franco, da Renascença/Edigal, que como tudo o que o autor escreve causa impacto.

Texto limpo, claro, objetivo, dando um quadro do momento político-histórico que antecedeu e percorreu aquele período após a Proclamação da República.

Depois deste pretendo ler Júlio de Castilhos e sua época”, um dos poucos que não li.

O autor não faz críticas nem adjetiva os atores das múltiplas batalhas, mortes, degolas e atrocidades naqueles tempos.

A opção do autor por narrar os dias e locais de combates foi acertado, pois não se pode ter uma ideia fora destes contextos de lutas renhidas em pontos tão diferentes dos três estados do Sul do país e do cerco ao governo de Floriano no Rio de Janeiro.

Júlio de Castilhos circula pelos acontecimentos por suas atitudes em arregimentar adeptos e pelas página de A Federação.

Mesmo sem expressar uma visão crítica ao autoritarismo de Júlio de Castilhos e aos castilhistas, os acontecimentos falam por si.

Quando falam os adversários, ficam evidentes as manobras de Castilhos para aprovar a sua Constituição, não dando margem a oposição.

Sua aliança com o Exército era pragmática como o era para o Marechal Deodoro e para Floriano.

Fica evidente o papel das dissidências como a de Barros Cassal e Demétrio Ribeiro.

Senti a falta de algum relato maior sobre o papel de Assis Brasil que rompe com o cunhado e compadre, como um destaque maior ao papel de Pinheiro Machado.

Um livro para ser lido, anotado, pensado e para ser guardado para consultas, pois ali estão os episódios mais duros e lastimáveis da História do Rio Grande do Sul.

 

  • Adeli Sell é professor e escritor.

  • Imagem meramente ilustrativa