O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete – Aristóteles.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste rascunho de Ensaio é chegar ao futuro a escrever um TRATADO SOBRE A INSENSATEZ E OS CAMINHOS DA BANALIDADE DO MAL.
Para tal, como a Filosofia é um sonho e uma ferramenta de pensar e agir, vou acumulando questões, tentando entender mais a filosofia de Hannah Arendt, estudar mais os escritos de Sidney Finkelstein, presentes em McLUHAN; A FILOSOFIA DA INSENSATEZ.
Assim, peço desculpar por despejar tópicos depois de tópicos, mas vejo a necessidade de reflexão neste sentido dado por Aristóteles na frase que abre este Ensaio.
I
Nosso objetivo é refletir, pensar, ponderar, questionar o mundo líquido, movediço, da falta de bom senso, de falta de ponderação, da imprudência e dos tempos da mais profunda ignorância humana.
Não falarei, como alguns, das “loucuras” de nosso tempo, por considerar inadequado apor este termo ao de “insensatez”.
Partimos do pensamento aristotélico acima: o ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete. Assim, mostraremos como se constrói a Banalidade do Mal, conceito erigido pela filósofa Hannah Arendt.
As ciências nunca tiveram tanta evolução como nos últimos séculos. Portanto, não há motivos para a insensatez na área médica, na questão sanitária, na infectologia.
A máquina a vapor no passado, como a Internet na atualidade, cada qual a seu modo, jogam a Humanidade para uma dimensão não sonhada. Caminhamos para frente em termos de ciência e tecnologia. Não sem má-fé, quebra de contratos éticos, como é a história do Facebook. Como foi o caso da Cambridge Annalitica.
A ciência derrotou o senso comum em todas as suas dimensões, mas há pessoas que nunca aprendem, insistem em apagar a vitória da ciência, recolocar nos píncaros o negacionismo e a ignorância.
Se uma pessoa ignorante, sem acesso a informações, sem os discernimentos mínimos, comete afrontas à ciência, deve-se entender o seu contexto, sua vida e sua posição. Ignora por não ter tido acesso a informação e ao conhecimento.
Mas a insensatez é outra coisa, ela tem várias dimensões, uma delas é em nível de dados e de informações, quando a pessoa irresponsavelmente reproduz o senso comum, mesmo que na sua condição não poderia fazê-lo, ela é ignorante porque afirma o seu erro, por que não põe suas posições em dúvida, não reflete com as conquistas da Humanidade.
Às vezes, nem chega a ter consciência da dimensão do que fez ou faz. Mas faz estragos na vida de pessoas. Sempre.
Por outro lado, a insensatez vem do topo da sociedade, seja de governantes ou pessoas, que reproduzem ou defendem o que seja a seu gosto, a seu favor, contra os direitos da maioria do povo.
A mídia dos EUA nos anos 30, 40, 50 comprou as invencionices de um marqueteiro da United Fruit contra governos legítimos da América Latina, vendendo a eles e estes reproduzindo que um governo como o da Guatemala do progressista Jacobo Árbenz estava a serviço dos russos. Desde então até hoje a palavra “comunismo” é usada para consolidar o atraso, matar, aniquilar o progresso.
Nada mais parecido com as “Fake News” da atualidade e a ação de Edward L. Barneys, o mequetrefe marqueteiro destas mentiras, era a dimensão latino-americana do atual Steve Bannon em nível mundial. Preso por suas falcatruas, saindo da prisão a peso de muitos dólares, ele e seus asseclas continuam aí forjando mentiras.
O romancista octogenário, Prêmio Nobel de Literatura, Mário Vargas Llosa, conta esta história da Guatemala em forma de romance em “Tempos Ásperos”.
Sempre houve estes engravatados bandidos de aluguel, como Giuliano da Empoli relata em seu livro recente “Engenheiros do Caos”.
Neste livro, Giugliano da Empoli traça um panorama sobre a onda de extrema direita que se apossou do mundo nos últimos anos. Embora o livro tenha mais enfoque no Movimento 5 Estrelas, da Itália, país do autor, ele também estende suas análises e comentários para os Estados Unidos, Inglaterra, Turquia, Hungria, França e, como não podia deixar de ser, para o nosso Brasil.
No romance de Vargas Llosa, não temos apenas o relato do golpe contra o presidente da Guatemala, como a história das conspirações internacionais durante os tempos críticos da Guerra Fria. Seu olhar se volta para o presente, para mostrar que este episódio ainda guarda traumas que não foram superados.
Algo muito próximo dos episódios de repressão no Cone Sul, Brasil, Argentina e Uruguai, marcas que não se apagam, dores que não se curam, cicatrizes que não se tiram com uma cirurgia plástica.
Estas coisas se embrenham em nossas almas, mas que perpassam de geração a geração dos que sofreram.
É a mesma insensatez do racismo estrutural que Sílvio Almeida traça em seu livro sobre o tema.
A quem agia de boa-fé, a partir do Direito sabia que havia um golpe midiático-legislativo-judicial em curso para tirar uma presidente eleita democraticamente. A mídia envolvida fez o mesmo que a imprensa americana para ajudar a CIA a dar golpes e aqui para fazer o seu golpe, com o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, com o auxílio da Lava Jato, como a cada dia que passa fica mais clara e objetivamente demonstrado.
Em 1925 Hitler tentou um golpe e virou piada. Não acreditaram no papel que já cumpria. No filme “O ovo da serpente” de Igmar Bergman, fica evidente este desdém na cena final.
Depois do nazi-fascismo, dos massacres de judeus e tantos outros, depois de Ruanda, era difícil pensar que pudessem surgir Trump, Bolsonaro e ouros psicopatas sociais.
Mas eles estão aí.
Trump foi derrotado pela sensatez de milhões de jovens americanos, dos movimentos “Black Lives Matter”, dos democratas de raiz. E pelos sábios que começaram a duvidar.
Em 1904, no Rio de Janeiro houve a Revolta da Vacina. A varíola matava, mas alardeavam até no Parlamento que era ela que mataria. A vacina já tinha se tornada obrigatória em 1837. Em 1903, o governo resolve fazer nova lei. Estoura a Revolta da Vacina, e toda a sorte de preconceitos afloram, e a insensatez partiu dos castilhistas no Congresso que se opuseram, e isto que tinham tudo para ajudarem, pois sua vertente filosófica era o Positivismo.
A insensatez humana é destruidora.
Os ignorantes afirmam que a cloroquina e a invermectina curam a Covid 19. Eles afirmam e querem que todos os outros acreditam neles. Os médicos dizem não, mas eles, insensatos do mal, continuam a desdizer a ciência.
Hoje em dia seria sensato duvidar de muita coisa que circula nas redes sociais. Seria. Mas há muita gente insensata, pouco sábia, porque o sábio duvida e pensa. Estuda e pensa.
Os sensatos como Aristóteles refletem.
Nós nos somamos ao pensador grego e refletimos sobre tudo o que se passa.
A insensatez aduba a banalidade do mal.
A insensatez rega as veias abertas de todos aqueles que afirmam tudo com certeza.
A insensatez não se cruza com os sábios que duvidam.
A insensatez é o ancoradouro dos que não conseguem pensar, e quando pensam é para fazer o mal, pois assim são, por exemplo, os fascistas e os genocidas.
II
Recentemente, um grupo invade uma rádio para reclamar de locutor que criticou a atuação de Bolsonaro na pandemia.
Na matéria sugerida acima, é intrigante e amedrontadora a foto dos insensatos que querem coibir a liberdade de imprensa e pensamento. À força bruta.
É a nossa Constituição sendo afrontada a torto e a direito.
Vejamos:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Está tudo aqui exposto acima.
Nada mais é preciso falar.
III
De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no Brasil caiu de 56% para 52%.
Na classe A, o percentual de leitores passou de 76% para 67%.
O que reforça que dissemos que a insensatez vem de cima.
O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e, 2,5, inteiros.
Neste país da proliferação de insensatez, a Receita (“ser abstrato”) defende taxação de livros sob argumento de que pobres não leem.
Para o órgão, os livros poderiam passar a ser tributados em 12% a partir da reforma tributária.
Veio-se da Receita esta ideia de jerico, é pior ainda; pois é um estamento de elite que deveria ter consciência que os pobres precisam ler, que crianças pobres precisam estudar.
IV
Até a Revista IstoÉ em matéria fala da MARCHA DA INSENSATEZ.
Por isso, mantenho que a palavra “insensatez” tem um conteúdo abrangente para captar toda a Banalidade do Mal que se espalha pelo mundo globalizado e capitalista.
https://istoe.com.br/a-marcha-da-insensatez/a
Nesta matéria a revista de amplitude nacional relata que a General Motors fechou sua operação em São José dos Campos/SP.
7,2 mil funcionários encontraram os portões de acesso fechados ao chegar ao local de trabalho.
Sem aviso. Sem explicações. Nada mais que atitudes de insensatez, pois o insensato não reflete.
Mais um dos tantos ataques à dignidade do trabalhador brasileiro.
V
Usar um relógio de um milhão de reais é o suprassumo da insensatez, num momento de pandemia, desemprego de milhões e pessoas passando fome.
Eis que o jovem insensato é filho do apresentador de TV, Faustão.
VI
O caso do médico preso no Egito por assédio sexual a uma vendedora local é mais um dos tantos casos da falta de sensatez.
Como Aristóteles nos ensinou o ignorante afirmou que era uma brincadeira, algo que praticava, segundo ele, em vídeo com “pedidos de desculpas”, dias depois da cena horrível praticada por alguém da elite brasileira.
Nada vai mudar o ato desonroso dele. Nem o vídeo nem o pedido de desculpas através de uma carta feita por familiares que, num primeiro momento, agiram de forma arrogante e saíram sem subterfúgios na sua defesa.
É assédio; e não tem erro quanto a isto.
Assédio é “constranger”, verbo nuclear da norma. Um estrangeiro masculino usar sua língua diante da uma mulher local que não entende esta língua e de forma jocosa (não é brincadeira nem aqui), como ele mente, nem no Egito, onde o Ministério Público local diz que o brasileiro ‘atacou preceitos e valores da sociedade egípcia’, com piadas de cunho sexual; por isso sua detenção.
A pergunta: por que apagou a postagem depois a repercussão negativa? Teria ele mesmo quase um milhão de seguidores? Um médico-pop star?
A sua volta à loja e explicar para a vendedora, constrangida, não melhora a sua situação, só piora, pois diz que estas “brincadeiras” eram recorrentes da parte dele, no Brasil.
Por que a chancelaria brasileira agiu a seu favor?
Dizem que ele teria exercido a medida de forma ilegal em Portugal.
O silêncio depois de tanto barulho por parte do Conselho Federal de Medicina é o mesmo silêncio sepulcral depois das barbaridades ditas por médicos negacionistas e pela médica na CPI.
Não caberia uma ACP no Brasil? Ação Civil Pública?
A lei no. 7.347, de 24 de julho de 1985, disciplina as Ações Civis Públicas – ACP. Em seu artigo 1º. lemos:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados.
Segue um rol de possibilidades, falando até de interesses difusos, como também ofensivos a pessoas por questões étnicas, raciais, religiosas.
Bingo! Em nossa leitura caberia uma ACP desde aqui, por uma entidade representativa legitimada para tal, desde o MP brasileiro, no caso o do Rio Grande do Sul, como uma instituição de defesa dos direitos humanos, das mulheres e temas congêneres.
No Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal, sendo que as penas podem ir de um a dois anos de detenção.
Não tem absurdo aqui não, pois a nossa Constituição Federal é clara na defesa da dignidade da pessoa humana.
Repetimos: é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito e tem sua previsão no artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal. É fundamento basilar da República.
Logo, este caso não pode ser mais um caso a ser esquecido. Insisto que deve ser usado como exemplo para que se pare a Banalidade do Mal, que sirva para combater a insensatez humana.
VII
Na CPI DA COVID estamos evidenciando os priores momentos de insensatez humana, um ajuntamento de pessoas e ideias que carregam a Banalidade do Mal no semblante e nas palavras, como nos atos praticados.
Não foi nem demagogia nem populismo quando os senhores senadores (pelos quais não se morre de amores) fizeram comparações com Goebbles, Eichamann e outros próceres nazistas.
VII
A oncologista Nise Yamaguchi, uma das maiores defensoras da cloroquina no tratamento da Covid-19 e tida como integrante do chamado 'gabinete paralelo' do governo Bolsonaro, patrocinou as cenas mais mentirosas e patéticas de um ser humano pode praticar.
Em seu depoimento, é bom relembrar, pois neste país as coisas são esquecidas com facilidade: a médica defendeu a “imunidade de rebanho”, dizendo que se trata de um “fato”. Felizmente foi interrompida de forma veemente e correta pelo senador Rogério Carvalho, que é médico, apelando ao bom senso e para a ciência para descrer das barbaridades faladas, contra a vida, contra a ciência e contra os fatos.
A afronta dela é tal que na CPI ficou evidenciado que ela escreveria o conteúdo para mudança da bula dos medicamentos que a ciência mostra que são todos ineficazes ao tratamento precoce da COVID 19.
Só os atos, as falas, as mentiras, sem falar na forma irregular e ilegal que participava de reuniões governamentais, são uma amostra de nossa tese de que a insensatez precisa ser derrotada pelo debate, pelo esclarecimento.
Ainda bem que na CPI os negacionistas tem minoria.
VIII
Já foi dito e creio que poderá vir a acontecer que certas figuras da República, entre elas o ex-Ministro da Saúde, o General Pazuello, poderão frequentar o Tribunal Penal Internacional.
O senador relator da CPI DA COVID, Renan Calheiros, listou as mentiras do General.
As mentiras tratam dos temas:
Ordens do presidente
Divulgação do aplicativo TrateCov
Limitação do STF
Ranking de imunização
Atuação da cloroquina
Cloroquina contra o zika vírus
Impeditivos legais para a vacina
Coroavac
Tratamento precoce
Colapso no oxigênio
Covax Facility
Veto à Pfizer
Produção de cloroquina pelo Exército
Pressão pró-cloroquina
Plano de contingência
Expusemos desta forma, sem entrar nos detalhes, pois havendo interesse, está na mídia, por exemplo, em:
As coisas falam por si.
IX
O Jacarezinho presenciou mais um daqueles dias de sangue jorrando nas calçadas e nas casas.
O Rio como em outros locais, os matadores do Estado agem à luz do dia, invadem casas, matam pessoas que estão indefesas.
E aqueles que bradam que “bandido bom, é bandido morto”, é porque não moram nas comunidades de periferia, nem tem parentes por lá.
Muitos pais, mães, avós, irmãs (os) perderam ente queridos que nada deviam à Justiça muito menos para os massacradores com farda pública.
X
A Copa América até para quem nada entende de futebol é notório que ela nada de importante tem nas disputas esportivas mais sérias.
Realizar a Copa América no Brasil, movimentando de lá para cá em torno de 1000 pessoas é de uma temeridade no meio de nova onda de contaminações pelo vírus.
Os ignorantes afirmam que pode sair, não tem rolo, não tem problemas.
O presidente vai para uma rede nacional, em fala oficial da presidência, afronta todos os protocolos da OMS.
XI
O caso MC Kevin é de um quadro da insensatez humana: uma dimensão estratosférica de fama, cuja queda será sempre fatal.
Adicionado tudo isto com doses cavalares de drogas de todos os tipos, “traição” sexual é o menor ingrediente não fosse o (falso) moralismo de ser descoberto.
Tudo aflorou no episódio de mais uma morte da overdose de tudo.
XII
Em Saudades, numa pacata cidadezinha do Oeste Catarinense, um psicopata adentra uma escola infantil, e o resultado são cinco mortes.
Qual a razão? Nada claro. Tudo obscuro, ficando a dor de dezenas de familiares a procurar uma razão.
Não há razão. Há insensatez.
XIII
Você que acompanha alguma coisa da mídia, não precisa ser Canal de TV dos quais jorram sangue, e perguntamos: e os feminicídios?
XIV
E a morte da influenciadora da pequena Araricá, no Vale do Sapateiro, que estava com um jovem que era alvo, e sua família chora e se pergunta por que razões mataram-na.
XV
Na Orla Moacir Scliar em pleno final maio de 2021, dentro de um novo pico da pandemia, centenas e centenas de pessoas se tocavam, passeavam sem máscara, tomavam mate em grupos, barracas de uma marca de cerveja e tudo o que se pode imaginar numa afronta a todos os desígnios da sensatez.
No primeiro final de semana que junho, com novo pico da COVID são centenas de prefeituras desfazendo aglomerações de negacionistas. Desde as famosas Gramado e Balneário até cidade menores mas com não menos gente fuzarqueando.
XVI
Em pleno março de 2021, numa retomada dos índices de mortes da pandemia, polícia fecha cassino com 200 pessoas em SP.
Gabigol e MC Gui foram detidos no local.
Os dois são famosos. São os “nouveau riche” da vez.
XVII
Antes deles, Neymar – o querido jogador da mídia paga e atual craque do PSG teria forçado uma mulher a fazer sexo oral durante um evento da Nike em 2016, em Nova York.
O jogador negou e nega.
Em férias no país, foi acusado de ter promovido aglomeração num restaurante de luxo de São Paulo, em companhia de vários amigos, desrespeitando as recomendações de distanciamento social.
Teria também promovido festinha privada em um resort em Mangaratiba, litoral sul do Rio, com seus “parças” e várias modelos e influenciadoras.
Eles e outros famosos se acham acima da Lei.
XVIII
Outro da nau dos insensatos é o Ronaldinho Gaúcho e seu mano, Assis, com passaportes falsos no Paraguai. Foram presos, ficaram enjaulados, saíram pagando fiança, e o jogo continua.
Nenhuma autocrítica, pelo contrário só notícias de dívidas astronômicas com o fisco local.
XIX
Em maio de 2021, um grupo de artistas participou de festa luxuosa no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Entre as celebridades estavam a cantora Ludmilla e os cantores Gusttavo Lima e Alexandre Pires.
Afortunadamente, a atriz Samantha Schumutz fez duras críticas, mostrando que os sensatos refletem, pois ela havia perdido seu grande amigo Paulo Gustavo para o covid.
XX
Num domingo de sol, na praia, mas em plena pandemia, o ex-jogador Romário estava ali posudo e sem máscara.
E isto que já foi parlamentar, propositor de leis.
O ex-BBB Kleber Bambam sem atentar para as recomendações da OMS estava por ali também.
XXI
Algo que está em voga, é modismo, são os tais influenciadores, quase sempre é uma venda de ilusões ou uma grande picaretagem.
Algo que mais dia menos cai, cai por terra.
Esta coisa meio mágica e grandiloquente.
Aglomeraram-se as blogueiras Mari Saad e Taty Betin, além de seu marido, o influenciador fitness, Erasmo Viana. Estava envolvido numa festas destas uma ex-BBB, Mari Gonzalez.
O caso rumoroso foi a da “influenciadora” Gabriela Pugliese, chegando a perder contatos comerciais. Afinal, ninguém quer ver sua marca ligada a quem faz mal feitos.
XXII
Em junho de 2020, houve um show do cantor Bruno, que faz dupla com Marrone. O evento seria uma “comemoração de cunho familiar”. Ora, ora, os que vem de cima, continuam olhando os outros de cima, como se todos fossem cegos no andar de baixo. Mais uma vez, uma ex-BBB Ivy Moraes estava de festança.
XXIII
Outro santo do pau oco, o ator Thiago Martins criticou aglomerações, mas foi pego numa destas festanças de aglomeração.
A velha história: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Henri Castelli, Caio Castro, atores conhecidos aprontaram das suas, aglomerando-se. E este Caio Castro se envolveu tempos depois em pronunciamentos preconceituosos.
Como bem noticiou um órgão de imprensa, mesmo com a ida de Cauan à UTI, tendo 70% do pulmão comprometido pela Covid-19, a dupla Cleber e Cauan não teve pudor ao cantor em festa com diversas pessoas reunidas sem máscara.
A lista seria infindável.
Quem são eles/as?
Gente que “influencia” não para o bem, não possui boa-fé, não tem postura ética, não tem compromissos sociais.
São esbanjadores.
São arrogantes, desdenham da desgraça alheira.
Nenhuma condição intelectual de reflexão, impossibilidade de ter uma postura sensata, agem com insensatez, engrossando as Banalidades do Mal.
XXIV
Quase duas dezenas de vereadoras trans estão sendo achincalhadas, perseguidas, ameaçadas. Uma delas teve que sair do país, voltando sob proteção.
Manuela D´Ávila, ex-deputada, candidata a vice-presidência da República, escritora, mãe de uma filha pequena é ameaçada com a filha de todos os modos nas redes sociais.
Perseguida com o marido num Clube Náutico da capital gaudéria.
Jean Willys reeleito deputado federal teve que se exilar, como também a filósofa gaúcha Márcia Tiburi e o articulado organizador de mostras de artes, nosso gaúcho Gaudêncio Fidelis.
XXV
O caso Mariele Franco sem solução, mas que todos sabem que foi morta a mando de alguém muito importante, que houve milícias e matadores de aluguel envolvidos.
O mesmo se deu com seu motorista Anderson Gomes.
XXII
Quem não se lembra de Chico Mendes, o herói seringueiro, ecologista reconhecido mundialmente?
Ninguém se esqueceu de Margarida Alves, que deu luz e nome ao movimento das mulheres da roça, as Margaridas.
A lista aqui também não tem fim.
XXVI
Como não mencionar aqui as mortes de Manoel Raymundo Soares, o caso do “sargento das mãos amarradas”, boiando nas águas do Guaíba. Querem algo mais tétrico?
Como não lembrar aqui da Revolta da Chibata, um mal sem limites contra o corpo das pessoas, lombos lacerados por chicotes.
E seu levante foi em 1910, 6 anos depois da Revolta da Vacina, pois tal qual agora o negacionismo vingava pelas ruas do antigo Rio.
XXVII
Jogando com lembranças mínimas, sem uma pesquisa histórica, vamos vendo como as coisas se teciam, se tecem e ainda temem em tecer.
A chibata contra os marinheiros. Aqui, na pré-campanha bolsonarista um prefeito e seus asseclas levantam os chicotes para aterrorizar seus adversários.
XXVIII
Em Porto Alegre, na Cidade Baixa, jovens judeus são atacados por “skin heads”, antissemitas, adoradores de Adolf Hitler, neonazistas, quase matando, deixando estes machucados.
Felizmente, no julgamento já houve condenações e outras poderão vir a acontecer.
XXIX
Bandidos tentam em Caxias do Sul/RS resgatar um preso levado a uma UPA.
Morre um agente da SUSEPE, outros são feridos.
Fogem.
A bandidagem não tem limites. No caso, o preso fingiu uma crise renal.
Vê-se aqui a falta de preparo para do Estado também.
O “Estado paralelo” tem força descomunal.
XXX
A pessoa era sensata, sábia até.
E aí vira Bolsonarista, ou seja, uma pessoa que não reflete.
Simplesmente sai atacando. É impressionante a sua militância.
As pessoas pensavam que só havia militância de esquerda, com reuniões intermináveis, seminários, debates, estudos etc.
Eles passaram submersos como as cigarras, para sair das tocas, alçar voo e cantar a todo pulmão.
Que sejam como as cigarras. Que sobrevivam pouco tempo e que não se recriem escondidas no escuro da terra.
XXXI
Exercito ameaça e não pune seu General Pazuello, por desobedecer norma sanitária.
Bolsonaro estufa o peito e lhe dá um cargo de confiança na alta administração Federal.
O mal é compensado.
XXXII
Regras são claras: distanciamento social, nada de aglomerações, uso de máscaras.
Na comunidade da Restinga em POA havia uma festança com desobediência a tudo, com direito a bebedeiras e esculacho em espaço público.
O carro da ronda da Brigada Militar para; e os policiais assistem a tudo, compactuando com os mal feitos ali praticados.
XXXIII
27 policiais da sempre incensada Brigada Militar em Alvorada foram afastados e estão sendo investigados por participar de alto esquema quadrilheiro.
XXXIV
Um advogado de posse de sua carteira da OAB, sem razão, é algemado por três brigadianos, tem a carteira quebrada.
Isto acontece em Porto Alegre onde se mente que temos a gente mais politizada e mais democrática.
É puro mito. Nunca foi assim. Aqui, se enforcavam negros no Largo da Forca.
A reação contra foi grande; por isso, o fascismo pode ser derrotado.
XXXV
Na véspera de feriado e depois do término do semestre, o reitor interventor de Bolsonaro, Carlos Bulhões, abriu um processo no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) para indeferir dezenas de estudantes, expulsando-os da universidade de surpresa.
Retomada das perseguições.
É o novo 477 desta vez não por posição política, mas por serem pobres e pretos.
XXXVI
No mundo bolsonarista que se desmancha no ar pela ação da oposição antifascista, o campeão de maldades está no Meio Ambiente.
Ele manda passar a boiada em tudo.
Afronta até o vice-presidente nos temas da Amazônia.
Faz acordos contra nossas normas com ladrões de madeiras das terras indígenas, com invasores de locais de praia e preservação.
Vai lavrando o que vem pela frente e apresentado sua boiada de maldades.
XXXVII
Um casal de servidores municipais de Viamão foi preso por desvio de vacinas contra a Covid-19. Os dois atuavam na área da saúde e cobravam 150 reais por dose aplicada – 11.06.21
Uma dose delas pode ser fundamental para salvar um parente ou amigo.
A nota fala por si.
XXXVII
Os feminicídios são a expressão mais cabal da falta de reflexão humana, a barbárie mais acabada da insensatez.
Em 11.06.21 ouço que um homem de 28 anos está sendo procurado pela polícia de São Roque, em São Paulo, suspeito de matar a própria filha, de 13 anos.
Se ele tem 28, a filha nasceu quando tinha 15. Ele saíra da cadeia, foi procurar a mulher, para “tirar a queixa”, bate nela, ela sai para buscar socorro, ela mata a filha com uma faca.
A vida/morte e tudo mais virou Banalidade (do Mal).
Conclusão
É chegada a hora de um acerto de contas do bicho homo sapiens consigo e com seus semelhantes.
A dignidade da pessoa humana tem que ser o princípio fundante de todas as nossas relações.
Aqui, entrego algumas reflexões que como disse na Introdução vão abrir os caminhos para um Tratado.