Lupicínio cantaria:
“Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer”
Tenho certeza que ele diria isso como disse a uma amada. Pois o Centro Municipal de Cultura é o amor de todos nós.
Amamos aquilo lá, e por ele quase morrer!
Os malfeitores estão à espreita para voltar e levar mais um pouco do sangue pulsante dos teatros. Mas não vamos deixar estes vampiros nos atazanarem.
Como o povo desta cidade já fez, vamos repetir o que fizeram no passado em defesa do Majestic até virar Casa de Cultura Mário Quintana; para o Solar Lopo Gonçalves virar nosso Museu de Porto Alegre.
Sigamos as trilhas de Alberto André, Ruy Carlos Ostermann, Sérgio da Costa Franco, Riopardense Macedo, Leandro Teles e tantos outros. Lembram da fibra de Dona Eva Sopher para salvar o Theatro São Pedro?
É hora de unir a cidade. Deixar de lado certas coisas do passado, para juntar boas energias para garantir as coisas boas de nossa cidade.
Sabemos que a atual gestão tem pouco tempo; mas tem coisas que precisam ser estancadas, o roubo e a destruição do patrimônio barradas. Cabe aqui juntar as forças da cultura com as obras, pois algo pode e deve ser feito. Com urgência.
Sabemos que deixaram o “caixa” raspado, mas iniciamos novo ano, novos recursos. São insuficientes? Vamos mexer no Orçamento Geral. Vamos buscar apoio na Câmara de Vereadores, onde a voz do povo deve estar presente.
Ainda não ouvimos nenhum apelo para a sociedade civil. Lembramos que parte importante do restauro no prédio que abriga a Casa de Cultura Mário Quintana foi feita por empresários locais.
E neste momento de dificuldades está na hora de todos ajudarem um pouco, para podermos olhar para o futuro.
Não há futuro sem cultura. Porto Alegre precisa do seu Centro Municipal de Cultura.
ADELI SELL é professor, escritor e consultor