Adeli Sell*
A noite dos Museus de 2024 não aconteceu em maio. Porto Alegre estava alagada e cidades vizinhas também. Havia desespero e dor.
E veio dezembro, e ela aconteceu.
Não é bem o tipo de "noite" dos Museus que eu pensava para Porto Alegre. Imaginava menos etílica e mais cultural.
Mas vamos lá que os tempos são outros.
Pela tarde (sábado, 8) já havia várias atividades. Na Biblioteca Pública tinha desde venda de livros a desfiles de pessoas idosas ao som de música clássica.
Exposição dos tchecos chamou minha atenção. E muita gente jovem observando. Achei um golaço melhor do que aqueles do Renato Gaúcho.
E eis que volto para casa e ia começar minha resenha de um livro do Rossi Jung que tinha lido, quando recebo um WhatsApp da Dona Gisele, dizendo que o filho Brayan começaria tocar na Orquestra Jovem na frente do Tribunal, opa, eu vejo e escuto tudo daqui da minha residência respondi a ela. Até porque às vésperas do verão, ventava e fazia frio.
O som estava bom, a escolha musical, perfeita. Quem não gosta de Brasileirinho e uma boa canção de Natal?
Porto Alegre ainda me emociona, apesar dos buracos da calçada que me perturbam quando ando por elas.
E em seguida ouço novos sons, estes sobem a Ladeira vindo da Praça da Alfândega. Nem tudo está perdido! foi o que pensei comigo mesmo.
Porto Alegre é uma cidade musical. A sua banda musical vem de 1925, rumo a seu centenário, já a Orquestra Sinfônica vem de 1950, um exemplo de boa música clássica. Desde 1992 uma Escola da Lomba do Pinheiro tem sua Orquestra. Temos também nossa Orquestra Jovem, Escolas de Música, um projeto educacional ensino de música na mesma Lomba do Pinheiro.
É musical não apenas pela música clássica, pois esta cidade é jazz, samba, rock and roll, hip hop e muitos mais.
*Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito.
