O vereador Adeli Sell (PT) protocolou, na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto de lei de sua autoria que declara o "sanduíche aberto" como bem cultural imaterial e prato símbolo do Município. A proposta também inclui a efeméride Dia do Sanduíche Aberto, a ser comemorado no dia 21 de setembro, no Calendário Oficial de Porto Alegre. A partir da aprovação do projeto, o Executivo Municipal ficará autorizado a realizar atividades que celebrem o prato, preferencialmente em conjunto com entidades representativas da gastronomia local. Fica ainda facultado ao Executivo realizar concurso destinado a escolher o melhor sanduíche aberto de Porto Alegre - podendo, para tal fim, estabelecer convênios - e lançar selo de autenticidade para qualificação do prato.
Adeli observa que o prato conhecido como "sanduíche aberto" é uma especialidade comum nos bares e restaurantes de Porto Alegre, rememorando tradições germânicas. Ao contrário das formulações mais conhecidas de sanduíches, nele não há uma segunda fatia de pão que o fecha – ou seja, os recheios ficam expostos –, daí o diferencial que o coloca como aberto. Em termos de preparo, explica, a iguaria dos porto-alegrenses é elaborada com algumas variações em cada restaurante no qual é servido. Porém, basicamente, a fatia de pão de centeio ou preto é cortada em quadrados, sobre os quais são dispostos diferentes ingredientes, como pernil ou lombo de porco assado, presunto, queijo, picles, tomate, cenoura, ovos cozidos de galinha ou de codornas, azeitonas verdes, entre outros. Tal preparação pode ou não ser regada com molho ao final, acompanhada de mostarda escura, tipo alemã, ou mostarda amarela, ambas muito fortes.
"Muitas comidas de caráter étnico, religioso ou regional, que no contexto do estado nacional eram tratadas como pratos típicos por seu caráter identitário e folclórico, ganham visibilidade e igual respeito como expressão cultural", justifica o vereador. "Algumas continuam presentes como pratos rituais ou festivos; outras passam a fazer parte de cotidianos, mesmo que com receitas adaptadas à nova situação."
Adeli considera que o prato de sanduíche aberto poderia ser enquadrado no conceito de “alimento-signo”, muito utilizado para contextualizar o papel cultural que certas refeições acabam exercendo numa cidade. "E isso não apenas sob a ótica da gastronomia qualificada, mas também sob o olhar cultural, levando à ampliação da sua participação em termos de propostas culturais associadas ao turismo, em especial ao novo turista, que não mais deseja ser visto como tal, na sua ambição de mergulhar nos contextos locais para melhor experienciá-los."
O vereador lembra que esse destaque a pratos tradicionais característicos de uma cidade ou região, ou as técnicas a eles associadas, já tem acontecido com frequência em outros lugares, alguns sendo inclusive inscritos como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a exemplo dos ofícios das paneleiras de Goiabeiras, na cidade de Vitória (ES), e das baianas de Acarajé, bem como o modo de fazer queijo de Minas.
"Muitas comidas de caráter étnico, religioso ou regional, que no contexto do estado nacional eram tratadas como pratos típicos por seu caráter identitário e folclórico, ganham visibilidade e igual respeito como expressão cultural", justifica o vereador. "Algumas continuam presentes como pratos rituais ou festivos; outras passam a fazer parte de cotidianos, mesmo que com receitas adaptadas à nova situação."
Adeli considera que o prato de sanduíche aberto poderia ser enquadrado no conceito de “alimento-signo”, muito utilizado para contextualizar o papel cultural que certas refeições acabam exercendo numa cidade. "E isso não apenas sob a ótica da gastronomia qualificada, mas também sob o olhar cultural, levando à ampliação da sua participação em termos de propostas culturais associadas ao turismo, em especial ao novo turista, que não mais deseja ser visto como tal, na sua ambição de mergulhar nos contextos locais para melhor experienciá-los."
O vereador lembra que esse destaque a pratos tradicionais característicos de uma cidade ou região, ou as técnicas a eles associadas, já tem acontecido com frequência em outros lugares, alguns sendo inclusive inscritos como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a exemplo dos ofícios das paneleiras de Goiabeiras, na cidade de Vitória (ES), e das baianas de Acarajé, bem como o modo de fazer queijo de Minas.
