Assessoria de Comunicação do mandato do vereador Adeli Sell foi ao local escutar os moradores que reivindicam a contratação de novos trabalhadores para a biblioteca
Construída em mutirão pela própria comunidade do bairro Jardim Itú-Sabará em 1971, a biblioteca pública Leopoldo Boeck é ponto de referência de estudo, lazer, encontros e trocas para os moradores das mais diversas idades. Em função da recente aposentadoria de duas funcionárias, o espaço que antes recebia cursos, oficinas, grupo de artesanato, aulas de xadrez, entre outras atividades, opera agora com horários reduzidos (segundas, quartas e sextas pela manhã). Os moradores do bairro cobram providências da secretária de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, Beatriz Araújo.
A limitação dos horários de atendimento ao público impossibilita as programações que aconteciam no turno da tarde, como é o caso do grupo de artesanato do bairro que está atualmente sem sede. Para Vera Lúcia, integrante do grupo, a biblioteca é um espaço de cultura onde as pessoas se aproximam umas das outras. “Queremos retornar, porque isso [o artesanato] é uma terapia. Progresso na parte psicológica, porque viemos buscar autoconhecimento e desenvolvimento emocional também”, comenta.
Laone Simonetti, 49 anos, frequenta a biblioteca desde os 13 e se preocupa com a situação. “Nós temos um grupo bem grande de pessoas idosas que vem aqui retirar livros, se mantêm ocupadas, leem, participam de oficinas aqui, que agora estão prejudicadas porque [as oficinas] eram sempre à tarde, e à tarde a biblioteca não está aberta”, comenta. Para Laone, espaços como esse devem ser multiplicados, e não sucateados pelo discurso da falta de recursos do governo.
O ambiente da biblioteca é sujeito que fala por si. Um adolescente pega um livro na estante enquanto dois idosos conversam sobre a família, uma mulher estuda para um concurso e um cachorro abana o rabo na porta. Morgana Marcon, responsável pela biblioteca, sorri e cumprimenta o senhor Carlos, aposentado, um dos construtores do espaço. “Eu me orgulho muito. Participei desde o início. A gente conseguiu comprar umas madeiras usadas e foi montando, e aí o pessoal foi trazendo livros. Hoje ficou para ela [aponta para a filha, Amaranda]”. Amaranda, 42 anos, frequenta desde os sete anos a biblioteca, quando brincava de fantoche atrás do balcão de atendimento para divertir as crianças mais novas.
Morgana lamenta a limitação de pessoas no Estado para substituir as funcionárias aposentadas. “A comunidade procura muito essa biblioteca desde que ela foi construída pelos moradores e 1971, e nós não podemos perder esse vínculo. Estamos na busca de novos funcionários, novos parceiros, para que ela retome o seu horário de atendimento e possa, de forma ampla, atender novamente toda comunidade”. Segundo Morgana, a intenção da Secretaria de Cultura é que a biblioteca permaneça aberta. Os moradores seguem aguardando providências da Secretaria de Cultura do RS.
Texto e Foto: Luiza Dorneles
Edição: Andréa Sommer