Tudo começou em 1914, quando o Plano Diretor assinalou que uma rua deveria cruzar a Duque, ligando a área central com a Zona Sul. Em 1926, começaram as obras que deram origem ao Viaduto Otávio Rocha, por iniciativa do prefeito Otávio Rocha e do governador Borges de Medeiros. Foi concluído em 1932.
Na primeira semana de dezembro vamos comemorar 84 anos deste monumento magnífico, como manda a Lei 10738, de minha autoria.
Obra de Manuel Barbosa Assumpção Itaqui e Duílio Bernardi está atualmente num franco processo de degradação e corrosão, tomado por moradores de rua, pichado e imundo. Uma afronta à preservação arquitetônica e cultural de Porto Alegre.
As autoridades se calam. Todas, sem exceção. Apesar de a Smov ter gasto com um projeto; no entanto, sem qualquer iniciativa de fazê-lo. A população indignada grita e implora solução, mas a cada dia a situação piora.
Entrei com pedido na Câmara para uma audiência para buscar e apresentar solução ao poder local. Que acha de um ato público no Viaduto para chamar a atenção das autoridades e da mídia que também se cala?
A solução, acredito que passe por uma Parceria Público Privada que banque o restauro, com a devida ocupação dos espaços, concedidos por 25 ou 30 anos. Sem isso, avalio que nada será feito, pois a prefeitura não dispõe de recursos, há cortes nas leis de incentivo à cultura. O resto é balela e enganação.
E os permissionários terão a opção de se readaptar ao novo modelo de negócio ou receberão uma indenização para tocar os negócios em outros espaços, com o mesmo modelo que fiz aprovar para outros deslocamentos como o Bônus Moradia, usado para resolver a desocupação do leito da chamada Avenida Tronco.
Volto a dizer, o resto é balela. E o tema interessa para toda a cidade de Porto Alegre.
Adeli Sell é vereador, escritor e consultor.