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Mobilidade Urbana: a visão do metropolitano (Adeli Sell)

Porto Alegre parece ser vista como ilha algumas vezes. Não acho que esse seja o caminho para o crescimento dela, menos ainda para a implementação e planejamento de políticas públicas e ações de qualquer governo. Somos uma cidade polo, formamos uma vasta região urbana de 14 municípios e por onde passam quatro milhões de pessoas.

Embora os problemas vivenciados aqui, sejam os mesmos de cidades próximas, a dimensão aqui é bem maior, até porque somos referência em número de empresas, vagas de trabalho e estrutura de saúde (seja pública ou privada). Interagimos diariamente com outras tantas cidades que formam a metrópole da Grande Porto Alegre.  Milhares de pessoas chegam e saem de nossa cidade para trabalhar, estudar ou outras razões.

Esta integração tem consequências que precisam ser bem planejadas e trabalhadas. É o que não temos. Vejam os problemas de mobilidade. Todos os dias os relatos são de engarrafamentos de dezenas de quilômetros, coletivos cheios, atrasados e caros. São queixas e mais queixas.

Temos entidades públicas que deveriam tratar desses assuntos, mas há muito não são propostas soluções mais ousadas para amenizar ou resolver esses problemas. Acredito que a solução passa pelo desprendimento dessa visão equivocada de que cada cidade é uma unidade isolada. Temos que pensar coletivamente, olhar para Porto Alegre como a grande metrópole que ela é, e rediscutir competências, concepções de urbanismo e de modo de vida, afinal, para que foi criado o Estatuto da Metrópole?