Os problemas ligados à mobilidade urbana são sempre o grande desafio para as cidades. Porém, Porto Alegre sendo uma metrópole e concebida sem planejamento de longo prazo, as dificuldades parecem ultrapassar o entendimento de qualquer pessoa. O trânsito de todo o tipo de veículo, o transporte público, pessoas e cargas de um lado para outro, só nos fazem ter uma certeza: o pedestre é esquecido e quase que “engolido” por todo o caos.
Pois é nesse enfoque que chegamos à questão da acessibilidade. É um conceito mais amplo de mobilidade, pois interage com outros campos de convivência humana. Uma pessoa pode ser motorista, passageiro, ciclista, mas sempre será também um pedestre. E ao analisarmos o presente, vemos no perfil da população muitas pessoas idosas e longevas (aproximadamente 15% da população), e vale lembrar que pesquisas apontam que em pouquíssimas décadas serão de 34%, ou seja, uma em cada três pessoas será idosa.
Aqui voltamos ao debate sobre as necessidades de mobilidade e ampliamos para outras áreas. Imaginem o sistema de saúde pública, as demandas de transporte, de alimentação, de convivência social. O mercado de trabalho também se transformará. Profissionais especializados para atendimento desse público serão cada vez mais demandados.
Teremos também, muito em breve um perfil de motoristas diferente. O transporte público será muito mais acessado pelos idosos. As calçadas, praças e edificações terão mais exigências de facilidade de circulação e conforto. A informação e a comunicação terão que se adaptar. E quando pensamos sobre esse futuro e exigências a grande pergunta que fica é: Porto Alegre está pronta para o futuro?